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cronoletes

Como na Recoleta, mas sem o cemitério

2009 – Um turista acidental registra suas impressões


Moinhos de Vento é algo assim como os Jardins ou Higienópolis em São Paulo, ou, mais apropriadamente, como a Recoleta de Buenos Aires – sem o cemitério. Belíssimos prédios residenciais, ainda belos casarões, bom comércio, um shopping chicaço, com vários cinemas, uma Saraiva Megastore (onde comprei dois CDs) e de onde Mary, uma anticonsumista praticante, quis sair o mais rápido possível, xingando que shopping é igual em tudo quanto é lugar do mundo e que shopping mata as cidades.


Pertinho do shopping, e pertinho do Parcão, fica a Rua Padre Chagas, que Vivi tinha nos indicado, e que uma outra jornalista porto-alegrense, num site que Mary descobriu no iPhone, descreve como a mais charmosa da cidade.

É charmosa mesmo, a Padre Chagas. Pequena, umas três quadras – assim uma espécie de Lorena cravada na Recoleta. Um monte de cafés e sorveterias simpaticíssimos – aliás, como tem cafés e sorveterias aquela cidade; é impressionante. E todos cheios. Todos os lugares naquela cidade ficam cheios. É, de fato, a cidade da classe média.

Os cafés, sorveterias e bares da Padre Chagas estavam começando a se encher naquela hora, sexta começo da noite. Numa das extremidades dela fica uma rua com uma seqüência de restaurantes, vários deles bem finórios. Meio esnobemente finórios demais. Acabamos optando por um Irish pub, o Mulligan, na própria Padre Chagas, num casarão antigo, lotadinho na parte da frente, quintal ao ar livre atrás vazio quando chegamos (depois foi enchendo com a fauna das sextas-feiras, claro), e dezenas de opções de chope e cerveja, quase tantas quanto o Frangó. Tomamos uma Guiness, uma tcheca e muitos chopes Eisenbah, com um filé com molho preto excelente.

Nessa sexta à noite, depois do Mulligan, demos mais uma passeada por Moinhos de Vento; tomamos um chope num bar-livraria simpaticíssimo (com banheiro unissex, um dos três que vi em Porto Alegre), e, como eu ainda estava com sede de chope, fomos parar no Baskaria, um restaurante debruçado sobre o Parcão, que tem esse nome porque pertence a descendente de bascos; lá dentro há um belo mapa do País Basco. No Baskaria veio um carpaccio não muito bom – a única comida que provamos na cidade abaixo do nível do ótimo.

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