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cronoletes

Livrarias, livraria-bar, livraria-café, feira de livros

2009 – Um turista acidental registra suas impressões


E Porto Alegre tem tantas livrarias quanto tem lojas de discos. Todo o Centro é coalhado de livrarias, e, como já citei, em Moinhos de Vento há até livraria-bar, onde vimos duas duplas de mulheres conversando sobre literatura e trabalhos de pós-graduação. Aos sábados, há uma feira de livros na Rua Riachuelo; pelo que deu para entender, não é propriamente uma feira fisicamente falando; cada uma das diversas livrarias da região promove, aos sábados, ofertas de alguns de seus livros, e a isso chamam de feira.

(Mais adiante pela Borges de Medeiros rumo ao Sul, há um ajuntamento de lojas de antiguidades, e aos sábados uma feira de antiguidades – esta uma feira mesmo, no meio da rua.)*

*Rua Marechal Floriano, com outra contígua na Praça Daltro Filho – chamado de Caminhos dos Antiquários.

Entre os prédios históricos, antigos, do Centro, há o da Livraria do Globo. A Livraria do Globo foi também a importantíssima Editora Globo, que, até os anos 60, lançou toda a obra dos gaúchos Érico Veríssimo e Mário Quintana e um punhado de clássicos importantes, se não me engano Tolstói, Dostoiévski, Thomas Hardy e Theodore Dreiser entre eles, mais um bando de autores franceses. A parte editora da empresa – se não estou redondamente enganado – foi comprada no final dos anos 80 ou começo dos 90 pelas Organizações Globo, que juntou a Globo gaúcha com o que era antiga Rio Gráfica Editora e passou a chamar de Editora Globo, a que publica as revistas Marie Claire e Época, hoje o carro-chefe da empresa.

A Livraria do Globo está lá no prédio do início do século XX onde, parece, também funcionou a antiga Editora Globo; atualmente, no térreo fica a área de papelaria, material para escritório, uma grande Kalunga; no segundo piso fica material escolar, e, no terceiro, finalmente, a livraria em si – com um grande e belíssimo café, adornado com pôsteres de reproduções de fotos da empresa ao longo dos anos, dos autores publicados pela velha Globo e dos seus proprietários. Espalhados pelo salão de pé direito alto, há peças das velhas, velhíssimas impressoras, caixas de tipos, prensas, máquinas de escrever da era pré-Remington e pré-Olivetti – uma maravilha. No sábado por volta do meio-dia, apenas uma das cerca de 15 belas mesas estava ocupada, por um bando de velhinhos – intelectuais, escritores, jornalistas, muito provavelmente. Não tive coragem de me dirigir a eles para fazer perguntas.



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