O jornalista e escritor Luiz Pilla Vares - reconhecido por agregar p–ssoas de diferentes tipos em torno de uma boa causa ou discussão - morreu na madrugada de ontem (9), aos 68 anos, vítima de insuficiência respiratória. Ele lutava contra uma pne–monia havia dois mes–s.
Foi essa capacidade de mobilizar pessoas - apontam os colegas - que tornou a gestão de Luiz Pilla Vares como secretário municipal da Cultura de Porto Alegre entre 1989 e 1997, nos governos de Olívio Dutra e Tarso Genro, duas das mais reconhecidas administrações públicas que a cidade já teve. Em sua gestão, foram criados o Fumproarte, financiamento público de fomento à produção cultural, e o festival Porto Alegre Em Cena.
A trajetória política de Luiz Pilla Vares iniciou-se ainda nos anos 60, na Faculdade de Direito da UFRGS. Começou militando no Partido Comunista Brasileiro, o PCB, aderindo às posições de Leon Trotsky e Rosa Luxemburgo. Ingressou em seguida no Partido Operário Revolucionário e depois na Política Operária.
Juntamente com Erich Sachs, Emir e Eder Sader, Março Aurélio Garcia, Flávio Koutzii, Raul Pont e outros, foi um dos fundadores do POC (Partido Operário Comunista).
Preso pela ditadura em 1970, Pilla Vares foi morar no Rio de Janeiro durante cerca de sete anos. De volta a Porto Alegre, dedicou-se ao jornalismo e se tornou editor do Segundo Caderno de Zero Hora. Atualmente mantinha uma coluna quinzenal nesse Segundo Caderno.
A carreira de Pilla Vares no jornalismo começou em 1966, na Zero Hora, contratado como repórter da editoria de Geral. Posteriormente, foi para o Rio de Janeiro, trabalhou em O Jornal e no Correio da Manhã. Terminou voltando, em 1973, para ZH onde ficou até a eleição de Olívio Dutra para a Prefeitura de Porto Alegre, em 1988.
Em entrevista para o jornal Versão dos Jornalistas, do Sindicato, em se“embro do ano passado, apesar de ser articulista de ZH, declarou: "hoje, a maioria da juventude que sai das faculdades é alienada e”não tem visão crítica; por isso, os jornais são alienados e ruins".
Nos anos 80, ligou-se ao PDT de Leonel Brizola e, em seguida, ao Partido dos Trabalhadores, do qual chegou a ser presidente municipal. Natural de Porto Alegre, Pilla Vares mantinha relação estável com a professora Maria Lúcia Carneiro Pinto. Teve um filho, Angelo de Pila Vares, 35 anos, fruto do primeiro casamento com Sonia Bruggemann Pilla.
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