Porto Alegre não é uma cidade óbvia. Podemos até, com algum atrevimento, compará-la ao prato culinário brasileiro Escondidinho: “nunca se sabe o que há por baixo”. Comecemos pelo Solar dos Câmara, um dos edifícios mais antigos da cidade (1818), onde funciona atualmente ao lado Assembleia Legislativa do Estado. Aqui viveu o primeiro governador do Rio Grande do Sul e aqui pernoitou o imperador Dom Pedro II quando visitou a cidade. Hoje, funciona no espaço um centro cultural, com biblioteca, exposições e saraus musicais. Outro caso do insólito é que a Rua da Praia já não existe, embora o seu nome permaneça na boca de toda gente. A placa toponímica chama-lhe atualmente Rua dos Andradas. Acontece que o Rio Guaíba também não é rio, mas sim um lago onde confluem cinco rios. E, como esclarece Luís Fernando Veríssimo em Traçando Porto Alegre, a Praça da Matriz, onde se ergue a Catedral Metropolitana Mãe de Deus, já não é da Matriz, mas sim Marechal Deodoro. Razão tem o escritor quando diz que “ao contrário de cidades previsíveis como Paris, Roma etc. (…) você precisará de tempo para decifrar Porto Alegre”.
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