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RUAS DE ‘OUTRAS MULHERES’



LILA RIPOLL


Tomo aqui alguns nomes um tanto quanto aleatoriamente, mas para valorizar o papel da mulher em nossa História.

Da proprietária de terras na Restinga (Ignes), passando pela ousada Déa Coufal até a revolucionária Lila Ripoll.


1 - RUA IGNES FAGUNDES

Rua Ignes E. Fagundes fica na Restinga, via que liga a rua principal Estrada João Antônio Silveira à Rua Economista Nilo Wulf. É rota também para sair por uma vila na Costa Gama, encurtando caminho ao Centro.

Acesso para várias comunidades, como o Beco dos Bitas.

Faleceu em 78, quando a parte mais próxima a esta rua estava sendo aos poucos construída e habitada, começando com construções pelo sistema BNH.

Nominada em 1981.

Nasceu e morreu na região, e teve 10 filhos.

Os 175 hectares de sua propriedade foram desapropriados para construir a Restinga Nova.


2 - RUA DÉA COUFAL

Rua emblemática do Bairro Ipanema, começa na Avenida Guaíba, atravessa a Coronel Marcos e termina na Cavalhada.

Casada com o engenheiro Oswaldo Coufal que fez de sua vasta propriedade um loteamento, chamando o mesmo de Balneário Ipanema, porque ele e sua família passavam férias na Urca no Rio e era apaixonado pela praia carioca.

Déa foi a segunda mulher de Porto Alegre a ter carteira de motorista, adorava circular em seu carro, mais rápido que sua carroça de cavalos que antes usara. Era famosa na época pela velocidade que botava em seu Ford 39.

Ela se chamava Déa Cézar, de uma família de boas posses, casando-se com engenheiro, como vimos, também com boas posses.

Mas eram idealistas e operativos em tudo, ajudando em atividades sociais.

As pessoas que a conheceram sempre elogiam suas ações.


3 - RUA LILA RIPOLL

A Rua Lila Ripoll está no Bairro Sarandi, assim denominada desde 1969.

Fica entre a Avenida Baltazar de Oliveira Garcia e a Rua Zeferino Dias.

De Quaraí, veio aos 22 anos para aqui se tornar pianista, professora, jornalista e grande poeta.

Lastimável que as primeiras palavras sobre ela são sempre lembranças apenas de sua militância no PC

Ela foi ativista exemplar, é verdade, mas foi mais do que tudo uma mulher da modernidade cultural, só ler seus. poemas:

GRILO

Um grilo fere

o silêncio com seu

canto.

Fere ouvidos

fere alma

pensamento

e solidão.


Risca o vidro

da janela.

Traça desenhos

no ar. Vai

crescendo

de insistência.

Parece agulha

de vidro. Fina

lâmina cortante

abrindo sulcos

no ar.


Vai o canto

se adensando

de mistura

com a chuva

Vai o canto

se adensando

de mistura

com o vento.


Grilo e chuva

na janela.

Grilo e vento

na vidraça.


Vento e chuva,

grilo e vento

levaram meu pensamento

e o desfolharam

no ar.


Poema integrante da série Poemas Inéditos.

In: RIPOLL, Lila. Antologia poética. Rio de Janeiro: Leitura; Brasília: INL, 196

A Assembleia Legislativa instituiu desde 2004 merecidamente o Prêmio de Poesia Lila Ripoll, numa iniciativa da então deputada estadual Jussara Cony.

Lila Ripoll tem oito livros de poesia, uma peça de teatro e está presente em várias Antologias.

Ainda lembramos que Lila Ripoll colaborou no Correio do Povo, na Revista Universitária, em A Tribuna Gaúcha e editou a Revista Horizonte (1951). No Rio de Janeiro, junto com Graciliano Ramos e outros escritores, coeditou "Partidários da Paz" e colaborou com a revista A Leitura.


4 - RUA DONA LIDIA MONTEIRO

Esta tem DONA antes e tem sobrenome

Dona Lídia Monteiro da Silva foi vitima de uma carta-bomba em 1980 enviada para a sede da OAB.

Este episódio causou comoção nacional, pois a ditadura já estava em seus estertores, mas uma ala do Exército teimava em afrontar os passos para a abertura democrática.

Começa na Rua Sadi Barros Monteiro e não tem saída.

Fica no Bairro Teresópolis.


5 - RUA MERY WEISS

Situada no Bairro Rubem Berta. Já escrevemos e falamos que é o Bairro com muitos nominativos "nada a ver" com sua formação. Mas aqui com Mery Weiss tem tudo a ver.

A rua vai da Est. Martim Félix Berta até a Rua Domênico Feoli.

Mery Weiss fez carreira literária no Correio do Povo, que tinha um Suplemento Infantil, no qual se destacou.

Em 1983, participou pela primeira vez do Projeto Autor Presente, o que se repetiu por mais de 15 anos.

Mery criou a Garatuja que deu destaque a escritores gaúchos. Vasculhando sebos e livrarias, poucos livros são encontrados, por isso é bom buscar na - www.estantevirtual.com.br

Ela é autora de vários livros infantis que foram bem acolhidos a seu tempo, os quais os (as) professores (as) poderiam pressionar os governos a tê-los reeditados e colocados ao dispor nas bibliotecas.

A poliomielite carregada desde pequena levou ela a tetraplegia, vindo a falecer em 2003 aos 66 anos incompletos.

O vereador Sebastião Melo é o propositor de seu nome a esta rua na Zona Norte.

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